sexta-feira, 4 de novembro de 2011

marketing - perfil do consumidor phar

fui hoje às compras. reparei que o ingrediente principal delas é o chocolate. no entanto, quando escolho os produtos que coloco no cesto, não vou à procura de chocolate.

a escolha dos produtos que levo, normalmente, tem em consideração as necessidades que me suprem. assim, quando compro leite com chocolate, estou a pensar no lanche ou num break, antes do almoço, no qual tenho fome. mas, dado que já lanchei há algumas horas, é estranho que me lembre de comprar leite com chocolate se, às 9 da noite, nem me passa pela cabeça bebê-lo, para não correr o risco de perder o sono. agora que penso, é mais o hábito de comprar o leite, aliado ao facto de passar pelo corredor 3 dos lacticínios (no qual, a cor predominantemente branca, mais as paletes de leite que sobressaem no corredor, mais a largura do mesmo, maior que o normal) me faz buscar o nesquik.

isto é o que me faz ir buscar os 3 pacotinhos de leite. mas o que me levou a preferi-lo foi algo diferente. engraçado foi reparar que, por baixo dos nesquik, encontravam-se as garrafas de colacao com cereais, o qual também aprecio (e, quando experimentei, até preferi). ainda pensei em levá-los mas só poderia fazer uma escolha. fiz a escolha do costume. mas não só por hábito: tenho a ideia de que os colacao são mais caros, têm uma quantidade de leite que é mais do que aquela necessária para acompanhar o pão, no lanche (a ideia de que, ao acabar de lanchar, ainda tenho de esvaziar a garrafa do leite chateia-me) e tem um sabor tão próprio que fica melhor sozinho. ou seja, as garrafas de colacao não são para o lanche, são para beber quando existe um ratinho. e eu não vou gastar mais dinheiro num produto que servirá para suprir necessidades esporádicas.

parece idiota, mas idiota seria não conseguir definir o porquê de escolher determinada marca em detrimento de outra. e como consigo, sou um génio.

mas, e porquê o nesquik? fácil, fácil. em termos de produto, percebo-o como tendo mais chocolate e gosto do sabor de canela. a cor amarela do seu pacote, uma cor quente, transmite mais a ideia de chocolate (também de uma cor quente) do que um leite achocolatado da mimosa (branco e verde - lembra-me puramente leite branco - definitivamente, não); depois, em termos de comodidade, serve para qualquer altura do dia (excepto à noite) e para qualquer situação na qual precise de fazer uma pausa para recuperar a concentração. ah e fundamental: não me enjoa. é daquelas marcas que não deixa o sabor na boca por muito tempo. se há coisa que prescindo é de ter de ir lavar os dentes depois de comer um snack.

olhando para esta minha singela opção de consumo, percebo que a minha mente age como se eu fosse meio deficiente mental. transmite-me a ideia de um ser decadente que vê no seu pacote de leite amarelo o último refúgio de uma vida monótona. é como um cigarro que não faz mal, apenas pode deixar mais tempo acordado, por causa do cacau.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

top 5 - o astro

a novela O Astro terminou a semana passada. acompanhei-a desde o início. ficava até às 3 da manhã à frente do computador para poder acompanhar uma novela que, no brasil, começava às 11.
devo dizer, em jeito de opinião, que, após a morte do personagem de Daniel Filho, o Salomão Hayalla, a história (ou estória, nunca sei), perdeu um pouco o rumo: personagens que ficaram sem função, exageros dramáticos (penso que para chamar o público das classes C e D) e barrigas desnecessárias.

no entanto, a novela foi, verdadeiramente, um viveiro de talento. desde actrizes que já não brilhavam há muito e que tiveram a oportunidade de mostrar o que valem (p.e. Rosamaria Murtinho no papel de tia Magda), actores que mesmo em papéis secundários, mostraram que não caem do altar e sabem construir uma personagem que faz o espectador esquecer que está perante isso mesmo, uma personagem (Humberto Martins) e actores aos quais ninguém dava nada por eles e que puderam dizer de si (Mila Moreira e Tatu Gabus Mendes).

mas, nem todos podem ocupar o 1º top 5 deste meu blogue: o top 5 - actores de O Astro.

5º lugar: se ele tivesse ficado até ao fim da novela, certamente teria ocupado o 2º lugar. excelente interpretação do regressado Daniel Filho. eu vi um verdadeiro magnata sem qualquer vivência do seu lado sentimental (até ter encontrado Lili). o poder, a arrogância, a incapacidade de lidar com o filho, o modo como lidava com os irmãos, foram verdadeiros ensinamentos de como uma personagem com o destino marcado, à partida, deveria ter ressuscitado, para bem da própria história. fez falta. #voltasalomaohayalla

4º lugar: embora a personagem tivesse um final demasiado dramático, um historial clínico que, a meu ver, dificilmente corresponderia à realidade dos dias de hoje, a interpretação de Fernanda Rodrigues foi perfeita. uma personagem que tinha tudo para enjoar o espectador, dada a sonsice de Jôse, conseguiu emocionar-me verdadeiramente. a carga dramática dada pela actriz foi balanceada, perfeita e fez-me pensar no porquê de a terem colocado, nos últimos anos em papéis cok pouca visibilidade. 

3º lugar: Humberto Martins: deixar de ser protagonista de novelas e fazer papéis secundários deve ser difícil para o ego de qualquer actor. ainda por cima, agarrar a personagem e fazer dela alguém a quem se tem nojo. parece pouco, mas para uma personagem é muito, quando é efectivamente conseguido. embora o tenham tornado caricato, isso não manchou a brilhante presatação deste actor, principalmente no início. a mistura entre um homem inescrupoloso com um bom homem de família.

2º lugar: a função de uma novela é entreter, diz Aguindaldo Silva. a função de Regina Duarte, no papel de Clô, foi, a esse nível, exactamente conseguido. ela foi como a coca-cola, primeiro entranha-se, depois entranha-se e gosta-se da Clô. excessiva, maternal, dramática, teatral, tonta como tudo. mas, sendo sincero, a cena na qual é relevado que ela foi quem matou Salomão (mesmo que o motivo tenha sido idiota e nem sequer fosse quem tivesse mais razões para o matar) é digna de registo, mesmo antológica.


1º lugar: Marco Ricca: que personagem tão bem construída...as características deste actor assentaram na perfeição ao malévolo Samir Hayalla. com a morte de Salomão, ele tornou-se na personagem central da história, mesmo sem o ser. era o contra-ponto de todos os núcleos nos quais as personagens eram idiotamente inocentes ou idealistas (o que eu odeio isso). mesmo tendo morto demais, desnecessariamente, ele deu vida à novela e foi o seu grande destaque.